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SOBRE MIM

A Dona das Memórias
Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania, depende de quando, e como voce me vê Passar!

Curitiba-Pr
Administradora de Empresas
Geminiana com ascendente em Aquário

EU x EU
METAS 2008/2009

Domingo, Maio 18, 2008


O make da noite passada ela tirou as 11h00 do dia seguinte, a música alta ainda ecoava nos seus ouvidos, a cabeça doía. Ela tinha prometido não fugir mais e havia quebrado a promessa. Não havia culpa pela promessa quebrada, era pura e simplesmente parte de seu instinto de sobrevivência. Ela fugia porque se sentia frágil e exposta demais para lidar com a situação. O ar se tornava rarefeito e ela saiu para respirar.
Ela sabia que o que buscava jamais estaria ali onde ela foi, mas, mesmo assim foi. Precisava aplacar a dor, ela sabia dos sintomas e conhecia os lenitivos.
Seus sentimentos estavam secretamente escondidos, ninguém jamais teria acesso à eles. Voltava a ser o que era mais uma vez, deixava de querer que as coisas fossem diferentes, ainda que ela tivesse a consciência de que não iria apagá-lo, pelo menos iria anestesiar-se por algum tempo das lembranças.
Que importava nessa hora?
O que ela buscava jamais estaria ali, agora ela já sabe onde está. E quem dera nunca houvesse encontrado. Se ela soubesse que o desatino golpearia-lhe o peito teria fugido na direção oposta. Então era assim o amor? Atração e repulsa? Tinha medo então, evitaria-o então, jamais ousaria repetir o nome. Repetir pra quê? Se ecoava em sua cabeça naquele instante?
Será que o beijo de um estranho estancaria-lhe o sangue? Talvez... por alguns momentos ela pudesse fazer de conta de que nada havia se passado, de que tudo era como antes e que ela continuava pela busca de um homem sem rosto, de um sentimento que fosse diferente e menos ordinário do que ela tinha sentido até então.
Era essa a diferença agora .... não buscava mais algo intangível, na verdade, não buscava mais, ela o tinha encontrado e era dele mesmo que fugia. Não, não era mais intangível, agora tinha nome, cheiro, textura e tinha um rosto. Nenhum outro jamais seria ele, aquele beijo que a tirava do chão, aquele cheiro que a tirava do chão, mas, que importava nessa hora?
Ela estava sem ar e por isso saiu
Ela estava sem ar, e por isso fugiu
Voltou aos jogos que conhecia bem... naquele momento não era mais frágil, ela voltava a estar no comando e aproveitava aquela fugaz felicidade, ainda que soubesse que não seria o suficiente no dia seguinte. Ainda que soubesse que, no dia seguinte, certamente se lembraria dele.
Mas... que importava nessa hora?
Horas depois ela despertava
Tomou água, esvaziou a bolsa e os bolsos do casaco... um número de telefone, dois.... nem sabia porque os havia guardado, amassou e jogou no lixo ... dos rostos já nem lembrava e os nomes já não importavam.
Que importava nessa hora?
Ligou o chuveiro... lavou os cabelos para não sentir mais o cheiro de cigarro do lugar esfumaçado em que havia passado a madrugada. O cheiro continuava... não o cheiro de cigarro, mas, o cheiro dele.... Tinha entrado pela janela?? Não. Aquele cheiro era parte de sua memória olfativa, e vinha de dentro para fora... o cheiro que a entorpecia, o cheiro que lhe causava vertigens... o cheiro que só ele tem.
O telefone toca
Ela olha o número e não vai antender
Afinal.... que importa agora?
SORAYA MEDEIROS


Postado por Eu mesma às 12:32 PM