Quinta-feira, Abril 10, 2008
Olhei pra minha imagem refletida no espelho do elevador e me achei linda... no caminho alguns já haviam validado verbalmente e em tom alto essa mesma opinião, e, tudo que eu queria era que vc me visse, e sentisse vontade de me beijar até perder o fôlego, como eu sinto vontade de te beijar até perder o fôlego.
Pensar nessas coisas me faz ser assim tão absurdamente feliz, mesmo não tendo classificado meus sentimentos ainda, são sentimentos novos, estou encantada por você, talvez seja essa palavra que melhor cabe... encanto!Porque quando se refere a você, tudo ganha cores novas e contrastantes e o resto.... o resto é só o resto. E aquele cara mais novo, e aquele outro cara, e aquele outro que escreve poesias, e aqueles estrangeiros escrevendo palavras de amor em outros idiomas, e aquele que tentou me comprar (hahahahaha, essa foi engraçada), e aquele outro divertido, e aquele outro da festa, e aquelas frases lindas no bouquet de rosas, e aquele outro amigo daquele outro. E todos aqueles outros viram coisa nenhuma. E eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você? Coitado. Adoro como o mundo fica coitado, fica tudo quase, fica de mentira, quando não é você.
Porque tudo isso vira nada quando penso em você
Não me culpe, por meu passado, ele nem mesmo existe
Ninguém teve condições de ter existido antes de você
Sua presença apagou todos os vestígios
Não me culpe por meu presente, nada disso é traição, tenho o coração blindado, e vc entrou pela única infiltração! Eu me divirto quando gostam de mim, quando se aproximam para ouvir minha risada, quando me elogiam...até dou os presentes que eu ganho, nada disso tem muita relevância mas mantém minha pele bonita, meus olhos brilhantes, minha auto-estima sempre alta, meu sorriso e, francamente, eu gosto de sorrir e todas essas coisas me divertem muito!
A porta do elevador se abre
Ai que falta vc está fazendo agora
Eu te beijaria até perder o fôlego!
Postado por Eu mesma às 1:44 PM
Terça-feira, Abril 08, 2008
Era música...
(Para leres, ouvindo A Transfiguração do amor, de Tristão e Isolda, de Wagner)
E então soprou um vento de ternura intensa.
E as nuvens se dispersaram, e eu vi que meu coração emergia como um alto cume de montanha, dourado de sol, musicado de pássaros e águas.
Olhava teus olhos, tuas mãos, teus cabelos, teu corpo...
Teu corpo era como um caminho sinuoso por onde saí
desesperado a procurar-te.
E, de repente, tomei-te nos braços, afaguei-te a cintura,
recolhi-te ao meu peito.
Teu coração inquieto pulsava mais que o córrego das montanhas,
batia asas de pássaro encandeado.
E de repente saímos livres e felizes, como simples animais de Deus com a direção dos ventos.
Faminto, colhi-te como um fruto!
Sedento, bebi-te como a água!
Marquei meus dentes em tua carne e escorreste pela minha boca, pelo meu pescoço, pelo meu peito.
Meus braços foram tuas formas.
Minhas mãos te conheceram.
Desmanchei-te os cabelos, e me perdi.
Nossas bocas se uniram, e se esqueceram.
Tatearam meus lábios escalando cumes, devassando vales.
E fiquei em ti, vivo e silencioso, como o sangue nas veias, como a seiva na raiz.
E desci sobre ti e me entranhei, como a chuva descendo e molhando.
E quando falamos: era música.
Toda vez que nos despedimos
Toda vez
Há um mundo de ternura em teus olhos, um mundo estranho e profundo,
Como os reflexos da luz no vinho que ficou no fundo
De duas taças após a embriaguez
(JG)
Postado por Eu mesma às 11:30 AM