Sábado, Maio 24, 2008
"-Não, não está aqui. Meu telefone está na bolsa e a bolsa está na chapelaria. Mas vc pode anotar seu número num guardanapo ..."
(...)
"-Não, não te aproximes mais, não te demores em meus olhos. Corro risco, sim, de vc perceber o vulto dele, a sombra dele na minha retina"
(Minha voz era calma, pausada, mas os pensamentos gritavam)
Fora isso, não há mais riscos não calculados ... tudo termina aqui, vou chegar em casa e sentir o mesmo cheiro, intruso, que já aprendi a conviver, tudo igual. O cheiro estava lá em todos os dias que cheguei em casa. É isso, não sei por quanto tempo ficará em mim, não sei por quanto tempo ainda vou lembrar, então, parei de lutar contra e só aceitei o fato. Sim... eu amo, e ele ainda está em mim.
Reparem que o texto não está mais na 3ª pessoa, parei de negar, de atribuir a outro o que eu sinto.
O único risco é de ele um dia passar por aqui e se reconhecer em cada frase, perceber que ele está em tudo o que escrevi nos últimos tempos e... ainda pior.... diferenciar o que aconteceu do que foi só licença poética.
SORAYA MEDEIROS
Postado por Eu mesma às 10:38 AM