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SOBRE MIM

A Dona das Memórias
Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania, depende de quando, e como voce me vê Passar!

Curitiba-Pr
Administradora de Empresas
Geminiana com ascendente em Aquário

EU x EU
METAS 2009/2010

Sexta-feira, Maio 26, 2006


Nos últimos meses eu fui acusada, me apontaram os erros na cara e os pontos de vista diferente. Já paguei o preço, e foi bem caro, mas não vou mais pagar com a minha vida, que escolham outra unidade monetária.
Assumo meus erros de cara limpa, sem máscara, luvas ou dissimulações, foram meus erros que fizeram de mim a pessoa que sou hoje e tenho muito orgulho disso. Apenas duas impressões da minha vida, que eu gostaria de editar, no final me deram um saldo positivo e imensurável, e hoje, de madrugada, eu acordei sentindo que as coisas finalmente estavam em seu lugar e tive necessidade de deixar registrado, como um dia memorável, o dia em que acordei as 3h15 da manhã e tudo fazia sentido.



Eu e o amor, conclusões de uma vida inteira em uma madrugada de sexta feira

Minhas primeiras impressões a respeito do amor estavam ligadas aos neurotransmissores. Eu não amava com o coração e sim com o hipotálamo. Eu buscava as tempestades e os arroubos de paixão, as declarações viscerais, os soluços. Um amor calmo não me atraía, um amor calmo não era amor, eu só acreditava em declarações gritadas de madrugada, em chamadas telefônicas desesperadas, em confissões de ciúmes infundados, em promessas desvairadas ditas aos prantos ou aos gemidos.
E... quando os níveis de dopamina, feniletilamina e ocitocina baixavam eu ia procurar outro corpo-hospedeiro. E se terminou é porque não era amor e eu queria amar pra sempre, simples assim.

Depois eu julguei que aprendi,

Ledo engano
Absorvi as mentiras que me contavam, de que o amor vinha com o tempo e com a convivência, que basta desenvolver um limite de tolerância para que as saliências e reentrâncias se completassem, que é melhor estar para sempre com quem já conhecemos já que os defeitos serão cada dia mais fáceis de lidar e o nível de intimidade nos dará conforto.
Essa foi uma definição pobre de amor, e que acreditei por muitos anos. Fiquei na minha zona de conforto, no meu casulo aquecido, era bom me sentir amada e protegida, era bom não me assustar com as tempestades porque ele nunca largaria minha mão. Era tão bom ter um ombro. Pra que amar? Amar era perigoso! Comprei a definição de Houaiss:
"sentimento, gosto ou amor intensos a ponto de ofuscar a razão. Inclinação emocional violenta, capaz de dominar completamente a conduta humana e afastá-la da desejável capacidade de autonomia e escolha racional".

Que tal é estar apaixonado, segundo a definição acima?
(...) A paixão é tão intensa quanto passageira.
A paixão, quando surge, derruba muitas árvores do "bem", que foram plantadas ao longo de nossas vidas... por isso ela é devastadora. Por isso eu fugia desse sentimento.
Desviei minha vida para outros focos, racionalizei meus sentimentos, fugi das borboletas no estômago e dos arroubos, e paguei o amor que ele me deu de uma forma mesquinha e medíocre: Paguei amor com respeito, amor com convivência, amor com tolerância, amor com amizade. Mas mantive minha casa de bonecas no quintal, não me entreguei, tinha minhas ressalvas e reservas.
Me satisfiz profissionalmente, culturalmente, tive outras alegrias e um dia ..... um dia abri os olhos e tive medo. Tive medo da zona de conforto e furei a bolha, quis o frio e as intempéries porque nada era mais importante naquele momento do que recuperar minha identidade.
Sobrevivi às minhas mazelas, identifiquei meus erros e acertos, limpei as gavetas, apenas os melhores amigos restaram após esse processo, apenas o que eu tinha de verdadeiro, e eu fui reconstruindo um mundo onde eu me sentisse em paz sozinha e consegui.
Já sei o que é ser amada até às vísceras
Já amei intensamente e tenho orgulho disso
Mas não vou me dar de graça, não foi fácil ser o que sou, em alternar sentimentos contraditórios no meu coração e me sentir fortalecida por tudo de bom e de mal, sem exceções.
Mas não quero mais provocar isso nas pessoas impunemente, não quero forçar frases de efeito, movimentos calculados e trejeitos certeiros que me trariam cada vez homens apaixonados não por mim, mas pelo disfarce que eu criei, pelo mimetismo que eu conheço bem. Vou deixar isso para os ambientes corporativos, onde disfarces desse tipo são adotados e até exigidos.
Não vou ser hipócrita com minha vida.
Quero que me amem pelo que sou, de cara lavada, de pijama as 2 da manhã, de pantufa de vaquinha ou de salto 7, falando besteiras sem me preocupar com um script ensaiado, de manhã quando acordo sem maquiagem e depois com cheiro de creme e pasta de dente, quero amar pelo simples, sem racionalizar, sem cronometrar, sem milimetrar, e sem me preocupar com extravagâncias emocionais, quero amar uma barba mal feita, o barulho de uma risada, um gesto meio infantil, uma camisa amarrotada.
Estou bem..... absolutamente e absurdamente bem! Não tenho grandes ansiedades à respeito do amor.
Paguei o preço, foi caro, mas ter hoje essa consciência é algo de valor incalculável.


Postado por Eu mesma às 11:02 AM